O apresentador Airton Rodrigues |
Idealizada e
criada pelo empresário e comunicador José Abrão, a primeira emissora
comunitária de Itapetininga durou até 1999 e se ainda estivesse no ar, teria
completado em 2020 seus 30 anos.
Os estúdios, no Vale San Fernando |
Mesmo dispondo de
poucos recursos tecnológicos para a época, o canal 44 contava com um time de
grandes profissionais, como locutores das rádios Difusora AM e Super Difusora
FM, do grupo ABR Comunicações.
Unidade móvel da emissora |
A programação era para toda a família, desde atrações para o público infantil, esportes, sertanejo, policial, telejornal, entrevistas e até mesmo uma minissérie.
Almoço
Com as Estrelas
Amigo da família
Abrão, Airton Rodrigues trouxe de volta o seu Almoço Com as Estrelas, o mesmo que comandara ao lado da então
esposa Lolita e inspirou outros tantos programas em diferentes canais de TV. As
gravações aconteciam no Restaurante Archote.
Como nos velhos tempos, Airton e Lolita Rodrigues |
Na versão para
Itapetininga, Airton apresentou o programa ao lado da esposa Maria Teresa.
O apresentador faleceu no dia 1º de Novembro de 1993, aos 71 anos.
Show da Criança
Apresentado por
Paula Guarnieri, este foi sem dúvida, ao lado do Almoço Com as Estrelas, o programa de maior sucesso da SP Sul TV.O Show era exibido de segunda a sexta, ás 18h
Gravado aos
sábados, nas instalações da danceteria Bullus, o infantil atraia pessoas de
várias gerações para ver de perto a performance de crianças e adolescentes que
se inscreviam para dublar artistas famosos e, claro, ver cantores que estavam
em início de carreira ou já consagrados, afinal, quem não queria aparecer na
TV? A dublagem se tornou febre na cidade e Paula Guarnieri conquistou seu
espaço e a admiração de seu público.
A exemplo de
apresentadoras famosas, ela também tinha suas auxiliares de palco, além do
Palhaço Feliz, que sem maquiagem era André Luiz Garcia, que posteriormente fora
radialista, policial militar e atualmente padre.
Pelo palco do Show da Criança passaram artistas como o cantor sertanejo Marcelo Aguiar, o cantor e compositor Tivas Miguel, Mauro Ghan e até mesmo a sambista Eliana de Lima, mas um dos grandes momentos ficou por conta da apresentação do Grupo Super Feliz, responsável pelo sucesso Carrossel, da novela homônima do SBT.
Morada
Sertaneja
Roberval Rodrigues: grande sucesso também na TV
Vindo de Bauru/SP,
Roberval Rodrigues fazia grande sucesso com seu programa de rádio, êxito este
que se repetiu na TV, com Morada
Sertaneja, gravado numa churrascaria no centro da cidade.
Pela atração
passavam cantores desconhecidos do grande público e também nomes consagrados.
Anos mais tarde, Roberval em sua emissora
Programa
Oliveira Jr.
Outro radialista
que também emplacou na SP Sul TV foi Oliveira Jr. Seu programa de auditório
contava com números musicais e o apresentador também interagia com a plateia.
As gravações aconteciam no andar superior do Sindicato Rural.
Programas
policiais
Gildo Moraes
também mostrou seu talento de apresentador de notícias policiais também na TV,
bem como o polêmico Marcos Motta, cada qual com seu estilo.
O apresentador Gildo Moraes: do rádio para a TV |
Telejornal
A emissora também reservava espaço para o seu telejornal, tendo como âncora o radialista Walter Nakan, além de Paula Guarnieri, que dividiu a bancada após o fim de seu programa infantil.
Gente
Como Agente
O professor e
colunista Ivan Barsanti Silveira e a psicóloga Regina Soares apresentavam o
programa Gente Como Agente, com temas
diferentes abordados e convidados, além de atrações musicais.
Ivan no comando do programa, gravado nos estúdios |
“Colocamos o nome
do programa desta forma para dar o conceito de agente de transformação, de
atividade”, relembra Regina.
Ao lado de Ivan, Regina abordou assuntos importantes
Repórter
Caipira
O violeiro Bob
Vieira fez sucesso na pele de um apresentador caipira, destacando a figura do
sertanejo e mostrando a Cultura em Itapetininga em suas diferentes áreas.
O 'Repórter Caipira' em ação |
Outra performance de Bob Vieira |
O tempo passou e Bob continua talentoso |
Passaporte
44
Colunista do
jornal Folha de Itapetininga, Josiane Alciati esteve à frente de um programa de
entrevistas.
Nossa
Gente na TV
Hoje responsável
pelo Jornal Mulher, Jacqueline Audrey
Venâncio, também teve seu programa de entrevistas, o Nossa Gente na TV. E um detalhe: seus cabelos eram escuros.
Arte
& Cultura
Além do Gente Como Agente, Ivan Barsanti também apresentou o Arte & Cultura, destacando e comentando os principais lançamentos em filmes, livros e música.
Fatos
curiosos
Na inauguração da
SP Sul TV, ocorrera a transmissão ao vivo de um parto na maternidade da cidade.
Um programa de
luta livre, com a participação de Maria Teresa (esposa de Airton Rodrigues),
tinha como cenário o CASI – Clube Atlético Sorocabana de Itapetininga.
A programação teve ainda uma minissérie chamada Um Conto em Três Pontos, sendo uma das locações, o Cemitério São João Batista.
O cinegrafista Fabrício Vieira comentou sobre esta produção:
"Eu fui câmera sob direção de José Abrão. Gravamos em uma noite, entrando madrugada adentro. Foi usada a lateral direita do cemitério. A unidade móvel de gravação e toda equipe técnica e a produção de atores ficaram concentrados na ruazinha ao lado do cemitério. Foram feitas cenas no necrotério (antigo) e alguns túmulos", recorda Vieira.
Depoimentos
Para falar sobre
os 30 anos da SP Sul TV, tentamos contato com vários nomes que passaram pela
emissora, porém, nem todos responderam.
Confira a seguir,
o que disseram os entrevistados:
Fabrício Vieira - Cinegrafista
Futuro promissor: o jovem Fabrício
Principal cinegrafista da SP Sul TV, Fabrício Vieira também participou da reportagem e conta como tudo começou.
“Minha mãe tem uma foto onde apareço com três ou quatro anos, na qual estava com uma máquina fotográfica em mãos e penso que foi então que tudo começou”, diz Vieira, acrescentando que sempre gostou de dormir ouvindo rádio. “Na época era Turma da Maré Mansa, Rádio Globo do Rio. Na casa da minha avó materna ouvia Zé Betio e Filisbino na Rádio Difusora”, cita o cinegrafista.
“O tempo passou eu comecei a gravar fita cassete em um aparelho de som ‘3x1’, que com muito sacrifício minha mãe comprou. Me lembro que tinha dois decks e dava para gravar de fita para fita. Na época eu gravava e presenteava alguns amigos”, diz, orgulhoso.
Fabrício Vieira comenta sobre sua “linda e inesquecível infância”: “fui servente de pedreiro, pintor, pois meus tios eram mestres na arte da construção. Também trabalhei como engraxate e entregador de jornais do saudoso Gazeta de Itapetininga, onde os proprietários eram o sr. Severino - um nordestino que lidava com a parte mecânica do jornal e o respeitado jornalista Osmar (in memorian) e sua fiel irmã, Maria Rodrigues dos Santos, que tocavam o jornal. Depois fui trabalhar das 17 às 21h no bar do sr. João Caju, na esquina da pracinha da vila Rosa”, acrescentando: “foi quando aprendi a me expressar e a lidar com pessoas de todas as classes e a ouvir os mais experientes e continuava a gravar fitas e ouvir rádio. No bar ia uma pessoa que chamavam de Toninho Tabaco (motorista de uma novela que não lembro mais) ele era motorista da família Abrão, foi quando escutei minha mãe cochichar com meu pai que eu já estava com 15 anos e na hora de agarrar algum trabalho melhor, quando meus pais sugeriram que eu fosse trabalhar na rádio, já que conhecia o ‘Tabaquinho’. Não deu outra. Seu sonho de trabalhar em comunicação estava prestes a se realizar. “Em três dias encostou um carro em frente a minha casa e ouvi palmas, quando saí para ver, era o próprio Tabaco me perguntando se eu queria trabalhar na rádio. Claro que disse sim e falou que na manhã seguinte estivesse na rádio para conversar com Cláudio Teixeira (que depois soube que era de televisão, da época da TV Tupi e SBT e estava lá aguardando a montagem da SP Sul TV), que logo viria a ser inaugurada e Cláudio, um dos poucos com experiência veio me ensinar. Meus olhos se encheram de alegria e ao final da visita ficou acertado que começaria no Jornal do Meio Dia, com Chico Vey, Walter Nakan, Carlos José de Oliveira e às vezes o Zé (como carinhosamente me refiro até hoje ao José Abrão) e na sonoplastia Alberto Cláudio, grande profissional. Foi Alberto Cláudio que me ensinou a ser sonoplasta e operador de áudio de rádio difusão. Muitas histórias vivi ali, até que muitas outras vivi com a chegada da SP Sul TV”, concluiu.
Fábio Campos (cinegrafista)
“Sempre fui apaixonado por
televisão e meios de comunicação de um modo geral. O meu tio, Ivan (Barsanti)
desde que eu me conheço por gente, já tinha uma filmadora, aquela super 8, que
tinha que revelar para depois passar no projetor. Aquilo era uma câmera de
cinema, não tinha videocassete, mas câmera de rolo. Mais tarde começaram a
aparecer as câmeras VHS”, lembra Campos.
“Em 1990 inaugurou
a SP Sul TV, fato histórico, porque naquela época, dificilmente uma cidade
pequena, de médio porte como Itapetininga, tinha uma emissora de televisão
local. Foi um grande marco para nossa cidade”, destaca o cinegrafista.
Fábio Campos conta
como surgiu a oportunidade de trabalhar no rádio e depois, na própria SP Sul
TV.
“O irmão de um
grande amigo meu, Fabrício Vieira, começou a trabalhar na Rádio Difusora, e foi
trabalhar como câmera na SP Sul TV. Eu era novo ainda, tinha 14 anos. Fiquei maravilhado
com aquilo, uma inovação para Itapetininga e Região, nem Sorocaba tinha uma
emissora local”, relembra.
“Sempre desejei
ser cinegrafista”, enfatiza Campos, lembrando uma frase de sua avó. “Você quer
ser o que? Cinegrafista? Ah, aquela câmera é pesada e não dá futuro. Tem que
fazer faculdade...”
“Aí terminei o
colegial, fui fazer faculdade de Publicidade em São Paulo e não deu certo. Acabei
voltando pra cá, em 1996. Fui fazer cursinho e depois cursar faculdade de
Publicidade em Sorocaba. Meu tio Ivan tinha um programa que se chamava Arte &
Cultura. Comecei a fazer imagens em cinema para seu programa e o pessoal gostou.
Daí o André Garcia, que hoje é padre, queria montar um núcleo de jornalismo e
me chamaram”.
“Lá conheci a
atual prefeita, Simone Marqueto, que começou na SP Sul TV, na época era Simone
Camargo”, lembra Campos, que chegou já na fase final da emissora, quando a SP
Sul TV estava só com o jornalismo.
A SP Sul TV foi importantíssima para muitas pessoas que começaram ali e estão até hoje, como a Neiva Correa, o próprio Helton Rodrigues, que depois foi para a Globo, Mário Nogueira e o Fabrício, que faz os jogos da Globosat (Esporte TV). É uma pena que tenha acabado. Não sei como ficaram os arquivos”, indaga.
Paula Guarnieri
Paula Guarneri: apresentadora fez muito sucesso
Antes de comandar o Show da Criança, Paula Guarnieri era dona de uma das maiores
audiências da Super Difusora FM.
Sempre muito simpática e atenciosa, Paula
também comentou sobre o período em que integrou a equipe da SP Sul TV.
“Paramos a cidade literalmente. Nessa época
não tínhamos TV TEM e Jovem Pan. Tudo era mais simples, porém, com mais
identidade. Na verdade o que eu queria era ser apresentadora de telejornal”,
revela Paula, o que conseguiu quando acabou o infantil.
Para ela, o que mais marcou além da inauguração, foi quando ficou uma hora ao vivo, sem roteiro, mas no improviso. “Foram os comentários mais positivos e encorajadores que recebi de que tinha jeito para a coisa”, risos, citando ainda outro importante momento, no programa Almoço Com as Estrelas, quando fez parte do quadro Roda Viva, entrevistando o Jair Rodrigues e na mesa também, Wilson Simonal. “Foi emocionante. Me sinto pioneira, enfatiza”.
Gil Velloso
O empresário Gil Veloso: amizade com Airton desde a Tupi
Empresário que levou muitos nomes para
participar da programação da SP Sul TV, Gil Velloso também falou sobre a
emissora.
“Foi muito bom ter participado juntamente com meu saudoso amigo Airton Rodrigues. Era um espaço a mais para a divulgação de nosso trabalho no Interior”.
Tivas Miguel
Compositor de sucessos gravados por inúmeros
artistas, Tivas Miguel esteve na programação da SP Sul TV lançando álbuns como
intérprete.
Mauro Ghan
Atualmente Mauro Gambini, foi outro grande talento a mostrar suas músicas na programação da SP Sul TV.
Além da carreira de cantor, teve seu próprio estúdio, produzindo diversos nomes e hoje trabalha como hipnoterapeuta.
Outros
nomes
Carlos José de
Oliveira, Chico Vey, Clarindo Lamounier, Pedro Lacerda, Cesar José Cardozo,
Lúcio José, Tibúrcio, também integraram a equipe da SP Sul TV, entre muitos
outros.
Tuty, filha de José Abrão e atual diretora das rádios
Agradecimentos
Obrigado, Família
Abrão, através do próprio sr. José Abrão e sua esposa Telma, pelo presente
maravilhoso que foi, ainda que por poucos anos, a existência da SP Sul TV.
Tuty, obrigado
pelo carinho e atenção de sempre.
Paula Guarneri,
pode ter a segurança de que seu programa fez a felicidade de muitos e com certeza
tais lembranças estão guardadas para sempre, na mente e no coração, afinal,
como dizia a música de abertura, “a vida é, uma criança, no carrossel, de
esperança...”
Este artigo é para
deixar registrado um pouco do que foi a nossa querida TV Comunitária.
Bom dia, nossa me lembro dessa época, meu pai se apresentava no programa morada sertaneja, eu gostaria muito de ter acesso as gravações do meu pai, ele se chamava Aparício Pires, tocava violão e era artesão, por favor me procurem se puderem me ajudar a resgatar essas velas lembranças.. grata
ResponderExcluirOi tudo bem gostaria de saber o nome da minissérie que foi feita no cemitério
ResponderExcluirMerkur Gold Strike Safety Razor - FEBCASINO
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Tem alguma coisa errada nessa inauguração. Corrijam.
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