sábado, 24 de abril de 2021

Fábio Jurera deixa o Tapanaraca, faz mistério sobre o futuro, mas garante continuar nas Artes

Ser humano que respira arte, Fabio Jurera desde muito jovem, ainda adolescente, descobriu a paixão pelo teatro. De uma peça para a escola, participações em grupos amadores e tornar-se ator profissional, Jurera não mediu esforços e nunca parou, criando o Tapanaraca, grupo que apresentou inúmeras peças e conquistou prêmios diversos, atravessando fronteiras estaduais, protejando o nome de Itapetininga e do ‘Tapa’ para todo o Brasil

Em entrevista ao blog ‘Ponto de Encontro’, Fábio Jurera lembra que o teatro entrou em sua vida em 1993, quando tinha apenas 14 anos, numa montagem para a EE Júlio Ataliba de Oliveira, onde estudava.

No ano seguinte ingressou no grupo teatral Ciranda da Lua, atuando em um dos maiores clássicos de Ariano Suassuna: O Auto da Compadecida, interpretando o Bispo.

Não demorou a ser convidado para fazer trabalhos em outra companhia: Em Cena Ação, atuando em O Rei da Vela, de Oswald de Andrade e em outros espetáculos.

Segundo Jurera, antes de criar o Tapanaraca, participou de cerca de 20 peças, se destacando tanto na comédia quanto no drama.

O moço de Itapetininga queria ir além, agregar mais conhecimentos, experiências e novas amizades. E assim o fez, quando decidiu cursar a Escola de Teatro Ewerton de Castro, em São Paulo, onde profissionalizou-se, participando posteriormente de outras oficinas, inclusive de cinema.

O ator e diretor Ewerton de Castro


Ao contrário de muitos que deixam sua terra para tentar fazer TV ou mesmo viver em companhias de teatro ao lado de atores famosos, ele fez o inverso, retornando para Itapetininga e criou o Tapanaraca Mutatis Mutandis, em 2002.

De ator a diretor

Após emprestar seu talento como ator para dar a vida a incontáveis personagens, já no Tapanaraca Fábio Jurera explorou muito mais seu lado diretor, preferindo ficar do outro lado, deixando os holofotes e aplausos para os mais de 100 atores que passaram por suas mãos.

O Tapanaraca Mutatis Mutandis projetou o nome de Itapetininga nas artes nacionalmente, com participações em concorridos festivais de teatro e conquistando muitos prêmios nas mais diversas categorias.

Saída do Tapanaraca

Aos 44 anos Fábio Jurera surpreendeu a todos, quando, nas redes sociais, anunciou que estava deixando o Tapanaraca definitivamente e desejando boa sorte aos que continuam.

'Opereta do Malandro', no Festival Nacional de Teatro,
em Pindamonhangaba/SP

Sobre o assunto, Jurera confirmou a saída, mas que ainda está envolvido em alguns trabalhos dentro do grupo.

Mistério

Sobre o motivo de deixar o Tapanaraca, o ator e diretor diz ter tomado tal decisão por sentir que tem outras maneiras de ajudar o teatro em Itapetininga, mas que para isso precisa ser de forma solo. “Fiquei 19 anos à frente da direção, hoje eles tem plena capacidade de continuar sem mim”, observou.

Pandemia

Questionado se a pandemia, que paralisou manifestações culturais como o teatro teria contribuído para deixar o Tapanacara, Jurera desabafou: “ficar longe dos palcos tem sido uma tristeza só comparada à falta de valor que as pessoas dão às manifestações populares do nosso município. Falo com propriedade por conta de ter 28 anos de carreira. A pandemia não teve a ver com minha decisão. Ela foi feita baseada em projetos futuros e na decisão de continuar evoluindo como artista local”, finalizou, sem revelar os projetos.

Na série 'Carcereiros', da Globo

Com o saudoso Antonio Balint

Amigos e diretores de teatro se reencontram


terça-feira, 6 de abril de 2021

Altair Lima: um gigante que navegou pelas artes

Ator foi um dos principais nomes da teledramaturgia. Com mais de quatro décadas de profissão, deixou sua marca também no Cinema e Teatro 

Nascido em Barretos/SP, em 08 de Julho de 1932, Altair Vieira de Faria Naves Pinto, artisticamente conhecido como Altair Lima, brilhou como um dos maiores atores de sua geração.

Casou-se duas vezes. A primeira com a atriz Maria Célia Camargo, com quem teve dois filhos. A segunda com a também colega de profissão e já saudosa Isabel Ribeiro, esposa que lhe deu mais três filhos. 

Em 43 anos de carreira, passou pelas principais emissoras de TV do País, como Tupi, em 1964, integrando o elenco de seu teleteatro.

Já em 1966, participou do elenco da TV Excelsior, atuando na novela Morro dos Ventos Uivantes, com direção de Dionísio Azevedo.

Ao lado de Procópio Ferreira, Rodolfo Maia e Glória Menezes, esteve na criação da primeira cooperativa de atores, com a peça A Infidelidade ao Alcance de Todos, de Lauro Cesar Muniz.

Em 1974 dirigiu o musical Godspell, estrelado por Antonio Fagundes e Lucélia Santos.

Altair Lima emprestou seu talento para muitas produções televisivas, em diferentes emissoras: Tupi, Excelsior, Record e Bandeirantes, com destaques para a primeira versão da novela A Viagem, de Ivani Ribeiro, onde viveu o protagonista César Jordão, ao lado de Eva Wilma, no papel de Dinah, de 1976, A Deusa Vencida (1965),  O Tempo e o Vento (1967), Os Imigrantes (1981) e Gaivotas (1979).  Na Globo esteve em Corrida do Ouro, de Gilberto Braga.


Lima brilhou também no cinema, nas produções Xica da Silva (1976), Um Intruso no Paraíso (1973), Fruto do Amor (1981), O Segredo da Múmia (1982), Bicho de Sete Cabeças (2001) e Narradores de Javé, este último lançado após sua morte.

Em 1988 esteve no elenco da minissérie Chapadão do Bugre, dirigida por Wálter Avancini e Jardel Mello, TV Bandeirantes.

Após uma pausa da na Televisão, em 1996 Altair retornou como o asqueroso Jacobino da novela Xica da Silva, de Walcyr Carrasco, sendo indicado para o prêmio de Melhor Ator.

O sucesso em Xica rendeu convite para participar de outra novela da extinta Manchete, Mandacaru (1997) e em seguida trabalhou na Record, onde fez Louca Paixão (1999) e Roda Viva, de 2001.


Seu último trabalho nos palcos foi com o monólogo Hamlet – Mensageiro da Agonia, então em cartaz no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo.

Curiosidades: ligação do ator com a Região de Itapetininga

Sua primeira esposa, Maria Célia Camargo, atualmente com 85 anos, nasceu em Itapetininga.

No início dos anos 1990, o ator ocupou a pasta da Secretaria da Cultura de Campina do Monte Alegre, enquanto Maria Célia, de Guapiara.

O monólogo Hamlet - Mensageiro da Agonia, chegou a ser apresentado no Centro Cultural e Histórico de Itapetininga.

Falecimento

Altair Lima faleceu na véspera do Natal de 2002, aos 66 anos, de infarto fulminante, em seu sítio, localizado em Angatuba.

Nas fotos, o ator em vários momentos.

No dia 02 de abril, fotos atuais da sepultura de Altair Lima.




 Novela Os Imigrantes deve ganhar nova reprise

A TV Brasil negocia com a Band os direitos de exibição de Os Imigrantes, considerada um marco da teledramaturgia brasileira.

Escrita por Benedito Ruy Barbosa e dirigida por Atílio Riccó, com supervisão de Antonio Abujanra, o folhetim foi exibido entre 1981 e 1982, em 459 capítulos, com um elenco de150 capítulos, incluindo Altair Lima, Rubens de Falco e Othon Bastos, que protagonizaram a trama.

Como sugere o título, a novela contou a saga dos imigrantes que ajudaram a construir o Brasil, deixando seus países em busca de uma vida melhor.